sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Dureza
Se o mundo é mais irônico do que justo, a expressão cair do cavalo deve ter um forte humor negro nesse mês em que o meu inferno astral se inicia.
Engessar o braço é uma merda. Perdão a palavra. É difícil para abrir a calça e mijar, é difícil fazer um rabo de cavalo para colocar a touca de banho, é difícil lavar a cabeça, espantar um inseto que pousou no braço oposto do quebrado. É impossível dirigir por longas distancias e sair para esquecer do mundo. Tomar um ar.
O gesso não imobiliza só o membro quebrado. Ele paralisa a sua liberdade. E para uma sagitariana, isso é quase que uma camisa de força. É estar num calor de 40 graus de biquíni, com uma piscina azulada na sua frente, e não poder pular. É triste e dói.
Dói principalmente pela Lis, que perdeu o aconchego completo de mãe. Perdemos as mamadas em que olhávamos nos olhos, quando ela ainda estava acordada. Perdemos as trocas de fraldas que tentávamos nos entender, perdemos a abelhinha, as idas sozinhas ao parquinho. Perdemos.
Serão dias nulos, que não mais voltarão, e sinto que terei que passar sozinha, me remoendo por dentro, enquanto a minha mãe dá uma baita força para repor o amor que não posso dar por completo.
Vamos em frente.
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Um comentário:
Nossa, Paulinha, que coisa linda e ao mesmo tempo triste.
Sinto muito por você ter quebrado o braço. Deve ser um saco mesmo ficar com os movimentos limitados e sem poder aproveitar a fofurite aguda da Lis por inteiro. Mas logo passa e vocês duas têm a vida toda pela frente.
Beijos e melhora logo!!!
Pat
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