Contrução ou queda?

O que mais me nóia agora é como a sociedade irá se comunicar diante de uma comunidade virtual. Já parou pra pensar que podemos voltar anos luz e ter de volta os dogmas de grandes pensadores? A sociedade que está se formando na rede não possui um governo ou segue crença. Vivemos, apesar de virtualmente, num mundo anarquista onde podemos ter nossas próprias posições sem o medo de ser exorcizados por ogros que não concordam com o que falamos daquele sujeito ou daquela posição do muro.

O muro já caiu há bastante tempo e esperamos que ele não se construa na atual conjuntura no mundo virtual. Se La vive.

By #oquenoia

Fim. Que venha meu ano novo.

O que me deixa feliz em meu aniversário é que tenho a certeza de que vai passar essa minha angústia. Meu peito fica espremido, a mandíbula pressiona a parte de cima da cabeça e dentro de mim tudo que é sólido vira líquido. O inferno astral acontece muito forte comigo.

eu apoquento, tu apoquentas, ela apoquenta

"Não se apoquente, quem se apoquenta fica apoquentado e apoquenta os outros que por sua vez acabam por se aponquetarem com o seu aponquentamento que na verdade está soando mais como desapontamento." Florio Neto

algo

Estou tão pesada que minhas costas doem e as pernas quase não aguentam a pressão do corpo contra o asfalto. Os pés demoram pra conseguir altura para dar o próximo passo. De repente, alguma coisa não me deixa sair do lugar, eu tento, mas me prende. Meus músculos imploram uma reação. Vai, impulsiona e joga uma perna pra frente. Só o tornozelo sai do lugar, as pontas dos dedos continuam no asfalto quente, queimando lentamente. Ouço um barulho.

E é assim

Nunca acredite 100% num amigo. Você pode ser capaz de não entendê-lo.

Céu cinza, de amarra grunhida. Chove há dias aqui. O lençol está ficando úmido, o teto embolorado, a Summer nunca mais saiu para tomar sol na varanda. Seus olhos já acordam cansados de tanta monocromia. Os corpos levantam de suas camas sem saber a razão. As pessoas parecem sentir falta de algo. E eu fui atingida por essa ausência. Um chorinho caiu na cena bucólica em que via. As gotas se arrastavam no vidro do carro, o homem magro puxava sua carroça vazia. Meus olhos choviam.

Carta de desamor

"Há algum tempo, venho querendo responder seu último e-mail. Na verdade, preferia dizer o que tenho a dizer de viva voz. No entanto, vou fazê-lo por escrito.

Você já pôde notar que não estou bem ultimamente. É como se não me reconhecesse em minha própria existência. Sinto uma espécie de angústia terrível, contra a qual não consigo fazer grande coisa, exceto seguir adiante para tentar superá-la. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a 'quarta'. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as 'outras', não achando logicamente um meio de vê-las sem transformar você em uma delas.

Pensei que isso bastasse. Pensei que amar você e que o seu amor — o mais benéfico que jamais tive — seriam suficientes. Pensei que assim aquietaria a angústia que me faz sempre querer buscar novos horizontes e me impede de ser tranquilo ou simplesmente feliz e 'generoso'. Pensei que a escrita seria um remédio, que meu desassossego se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições nem sequer de lhe explicar o estado em que mergulhei. Então, nesta semana, comecei a procurar as 'outras'. Sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Nunca menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…). Com isso, jamais poderia me tornar seu amigo. Você pode, então, avaliar a importância de minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante de sua vontade, ainda que deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre os seres e a doçura com que você me trata sejam coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você do modo que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje seria a pior das farsas manter uma situação que, você sabe tão bem quanto eu, se tornou irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide-se."

E foi assim, com um e-mail, que Grégoire Bouillier rompe com Sophia Calle. Ela nada respondeu. Ficou perplexa e sumiu.

Cenário

Acho que preciso viajar, pensar grande. Voltar a pensar. Como me cansa essa vida de amarras no trabalho. Eu e meu amor somos tão livres que não está certo ficarmos aqui pelos outros. Nem pela Summer. Nosso destino deveria ser um lugar diferente a cada final de semana. Uma viagem pra fora todos os anos. Uma visita a um museu, um vento na cara para quebrar a rotina. Ai, como é bom sonhar e como é difícil fazer.

O próximo livro

"- Que acha da literatura engajada?

- Toda literatura é engajada.

- Qual de seus livros você mais gosta?

- O próximo."

A DESCOBERTA DO MUNDO.

Clarice Lispector

Cunversa di cumadi

P a t r i c i a diz:
pútis!!!

carol diz:
q conversa!

P a t r i c i a diz:
eu nao tenho coragem...

Carmelia Joana diz:
fui na casa da Guta esses dias e ela não acreditava. Era uns peidos altos pra caramba, mas sem cheiro. Ela dava risada.... e os amigos do Tomita tudo na sala, achando que a gente estava arrastando os móveis.

Ainda está em branco o papel de deveres. Tempo que passa arrastado, cansado de ser pálido. 1/3 branco, o resto preto. E o papel continua discriminado de idéias.

A força de Buda e a energia de Elias, o marceneiro.

Ele sabe tudo de força. Tem as mãos fortes. Ásperas. Não entende o que aquele gesto significa, nem o que são aquelas miniaturas com pernas cruzadas.

Chega e muda. Empoeira. Mas o homem de pernas cruzadas continua cheio de energia.

Quem veio antes? O ovo ou a galinha?

Inferno-astral com TPM realmente não combinam. Nem você sendo fogo e ele áries. Nem se vocês tiverem a lua em saturno, o sol em plutão e os astros se encaixarem perfeitamente para uma vida a dois, cheia de vivacidade. Não, não. O melhor é se estabilizar, deixar passar. Ouvir bossa. Esperar melhorar.

ÁFRICA do século XXI.

A decoração dos ambientes do Kapama segue o estilo do país em que ele se encontra, na África. Nada mal tomar um vinhozin naquela mesa do fundo e depois curtir uma lareirinha nesta sala de poltronas de bolinhas.

Agora

Os dias estão passando rápido. Deve ser Deus falando pra gente viver mais o presente e deixar o futuro pra depois.

sobre o post abaixo

É, e acho que estava certa:
“Essa é a única coisa que me faz temer a morte. Não o medo de morrer, mas a idéia de perder a natureza que ainda tenho, a possibilidade de contemplar o mundo. Porque o único amor que aumenta de intensidade a cada dia, enquanto os outros amores perdem sua força, é o amor pela natureza.” ABAS KIAROSTAMI

Parece que o tempo nos obriga a esquecer os pensamentos do passado. Somos contagiados por outras pessoas, por dias ridículos e nos transformamos em algo que achamos bonito, mas que na verdade é um lixo se comparado ao que eramos.

É...acho que foi isso que senti ao ler de trás pra frente um blog.

Ai Deus e Mainha, só espero não ter esquecido de ter pedido sabedoria para 2009. Só lembro de ter pedido uma coisa, o resto esqueci.

Gira Mundo

Dei de querer o mundo pra mim. Estou à flor da pele, sensorial, com forte ligação com o sexto sentido. E tudo isso me confunde ao tentar entender o que é realidade e o que é vagação.

No primeiro instante, pedi desculpas aos céus por minhas conjecturas. No segundo, já acho que estava certa ao impor tal limite.

Estou no desassossego, entregue aos instantes urgentes da vida.

Reflexões entre um job e outro

A mais capacitada empresa de consultoria do mundo está entre as mais fortes do Brasil, porque ela viaja o mundo, e viaja forte. Não pense que pegar trilhas de avião deixam os caminhos mais curtos. Não querida, você precisa mesmo é pegar um coador de café, transpor no bule e assim você terá a bebida que deseja. E olha, não adianta sair da sala do chefe para comer as ervilhas guardadas dentro da sua caneta bic, porque o Claudinho já fez o favor de enfiá-la no meio do botão. Sei que você agora deve estar pensando, pronto, tudo faz sentido, o verdadeiro gosto das coisas está no tecido onde se senta. E aí, você logo vai pegar uma faca de plástico pensando em cortar a jugular. Vai em frente, e você vai sentir que a mulher do tempo nem sempre acerta as nuvens de algodão que estão em cima de nós.

Cachorrada

O Buldogão que tá em cima da Summer fala:
- Vem cá gostosinha que eu vou fazer uns carinhos em vc (olha a patinha dele... lá atrás).
A mulher do Buldogão, a beginha, fala pra Summer:
- Vagabunda! Dando mole pro meu marido!
A Summer olha pra ela e fala:
- Hehehe... Dançou sua sem graça. Eu tenho pinta de bacana.
E o pulldinho que tá no meio:
- Calma mulheres, não precisam brigar, deixa eu participar tbém pra vcs verem uma coisa...

Um 2009 supimpa

Mais um ano. 2008 foi tão bom. Acho que me coloquei um pouco nos prumos. Trabalhei muito para conseguir dar um fuck-off nas coisas. A vida rolou com mais tranqüilidade e esperança, vi que existem muitas máscaras por aí, mas vi também que é a gente quem escolhe como vai ver a vida, qual o ponto de vista que ela vai ter. Escolhi ter mais calma diante das coisas, não que eu esteja um poço de calmaria, mas estou menos aflita e ansiosa, e continuo trabalhando para isto.

2008 passou rápido, quase não o senti. Bem diferente daquele 2007: organização do casamento, estresse, impaciência até para encher o próprio copo de água com o filtro de casa que ainda está lento, mas agora eu o tolero mais.

Fechei 2008 indo para o dentista. Milagre! Pagando o licenciamento do carro por causa da batida que dei na minha vizinha de garagem, tentando abrir a minha empresa que há tempos tentava, mudando de nome para colocar o do maridão. É, foi bom levar um pé na bunda da Ponto, que adianto que foi isso! E ainda consegui fechar o ano empregada e sussu, numa agência que como dizem os coroas de lá: supimpa.

Agora, 2009 começou com um monte de coisas que não cumpri. Estou até um pouco receosa dessas coisas, fui tão fundo num pedido para minha Mãe do Mar que esqueci do resto.

Esqueci que tinha prometido começar o ano com a bolsa organizada, limpinha e sem um maço de cigarros. A bolsa continua intacta, vai pra cima e pra baixo comigo, acompanhada de tragadas diárias que borrifo.

E mais, tem ainda o armário pra terminar, o carro pra consertar e trocar, a empresa pra abrir, o imposto para fazer. Ai...Espero que 2009 não seja um ano muito burocrático, sou uma anta diante dessas coisas.

2009 também começou com um novo ciclo, Lucinha pediu as contas na primeira semana do ano, vai pra Suíça trabalhar com a ex-patroa. E esta semana estou bem louquinha da silva pra tentar ver quem vai para o lugar dela. Ahh...Lucinha, foi muito bom tê-la com a gente, e eu tenho certeza que você vai viver algo incrível. Nessa vida a gente tem que se acostumar com estes ciclos, a gente não, eu. Como é difícil, mas passa.

Em 2009, estou disposta a curtir mais os momentos tranqüilos da vida, a cuidar da minha saúde, seguir a risca uma dieta que melhore a minha insuficiência por glúten, diminuir, parar com o amigo cigarro.

É, 2009 tá cheio de desafios. E desafios bons. A começar pela caminhada de Sancaltay. Aí sim quero ver neguinha subir morro de 4.000m de altitude e fumar igual no comercial de cigarro, ahh quero.

2009, o que eu desejo de você é muita saúde, viagens e proteção para a minha família e amigos. O resto, as burocracias da vida, as chatices do chefe, a gente vai levando, a gente vai vivendo.